Após os Bancos Centrais entrarem com o famoso “all in”, as ações voltaram ao período pré-crash em agosto. A Bovespa sentiu menos o impacto, mas sua queda na sexta-feira foi mais suave.

Não estamos vendo melhoras em nenhuma empresa ou em nenhum setor (com exceção de algumas gigantes da tecnologia), as vendas estão caindo e as empresas estão conseguindo manter seu lucro por ação (LPA), porque estão emitindo dívida barata para recomprar suas próprias ações. Com isso, elas diminuem o número de ações e aumentam o LPA.

Na semana passada, vimos o presidente do BCE, Mario Draghi, dizer que vai fazer o que for preciso para evitar deflação – em outras palavras, vai fazer o que for possível para manter o mercado acionário em alta.

Logo em seguida, o BC Chinês anunciou um corte na taxa de juros e no compulsório, o que empolgou os mercados ainda mais.

Não há recuperação alguma nas economias, o que há são preços altos dos ativos, devido à enorme enxurrada de dinheiro barato circulando por aí. Os mercados estão comemorando as péssimas notícias, porque elas significam que virá mais afrouxamento quantitativo. Bad news is good news!

E, ainda, estamos esperando mais afrouxamento na Austrália, Canadá, Japão e também nos EUA. Claro, como o QE1 não resolveu o problema, tivemos o QE2. Assim como o 1 e o 2 tampouco resolveram – tivemos o QE3. Como estamos vendo, o 3 resolveu ainda menos. Nossa previsão: vai vir o QE4 por aí.

Como dizia Einstein, a definição de insanidade é fazer a mesma coisa várias vezes e esperar resultados diferentes.

Os BCs só estão inflando (mantendo infladas) as Bolsas no mundo inteiro, o que fará com que o crash, quando chegar, faça com que tenhamos saudades de 2008. É sabido que os problemas estão crescendo e não houve nenhuma mudança estrutural desde o último crash – os bancos grandes demais para quebrar (Too big to fail) ficaram ainda maiores, o uso de derivativos está disparando e a alavancagem das empresas e das pessoas está batendo recordes. Por isso, os BCs não podem subir a taxa de juros – já imaginou a quebradeira que virá quando isso acontecer?

Continuamos mantendo nossa recomendação de redução de risco, pequena alocação em metais preciosos (o ouro é nosso favorito) e liquidez abundante. Quando a crise chegar (e ela não está muito longe), teremos boas oportunidades de investimento – mas é preciso estar preparado.

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