A crise que teve seu auge em 2008 continua até hoje. Praticamente nada foi feito para corrigir os erros, muito pelo contrário, os erros foram mascarados e estão hoje muito maiores do que estavam na época.
Há pouco tempo, saiu o filme “A Grande Aposta”, que mostra como alguns poucos investidores lucraram imensamente com a crise do subprime nos EUA. E foram poucos os que lucraram mesmo. No livro, que por sinal é excelente, Michael Lewis (o autor) pergunta por que esses investidores conseguiram enxergar a crise. Minha resposta é simples: eles não se deixaram levar pela mídia sempre otimista (para não dizer outra coisa) e olharam. Só isso! Com um pouco de bom senso, podemos fazer uma grande diferença nas nossas vidas. Não é necessário um PhD, nem nada. Infelizmente, bom senso é algo raro hoje em dia…
Vamos dar uma olhada num paralelo entre a situação dos EUA em 2008 e a situação hoje:
2008 | 2016 | |
Dívida do Governo | Menos de US$10 trilhões | Quase US$20 trilhões |
Taxa de Juros | 4.66% | 0.25% |
Atitude dos Bancos | Taxa de juros “especial” com trigger em 2 anos | Taxa de juros negativa |
Mercado de Derivativos | US$180 trilhões | $555 trilhões (mais de US$70 tri só com o Deutsche Bank) |
Ápice | Caixa de volta na compra de um imóvel | Taxa de juros negativa na compra de um imóvel |
Não é preciso ser um gênio para saber que a situação hoje é bem pior.
Eles tentaram resolver o problema causado por muito dinheiro disponível, imprimindo mais dinheiro. Eles tentaram resolver o problema causado por dívidas, aumentando exponencialmente o valor delas. Eles reduziram a taxa de desemprego (já escrevemos bastante sobre esse assunto) mudando as regras de contabilização e estatística.
Na verdade, as poucas coisas que mudaram foi um cerceamento das liberdades, com aumento de impostos e regulamentações. Agora, estão tentando banir o uso do dinheiro físico.
Estamos vivendo tempos sem precedentes na história e com um grande abismo à frente. Mas isso não deve ser motivo de preocupação para nós. É importante ver as coisas como elas são e se preparar. Acredito sinceramente que essa pode ser uma das melhores épocas na história.
Devemos nos ater aos fatos e não ao que diz a mídia. Estamos vendo que a situação está perigosa e que devemos nos proteger. A grande vantagem é que sabemos disso de antemão e podemos nos antecipar aos fatos, tirando vantagem das grandes mudanças à frente.
Já dissemos várias vezes que achamos que todos os investidores devem ter uma posição em metais preciosos físicos, por trazer tranquilidade e segurança. Ouro físico não pode ser eliminado, é fácil de carregar, divisível e não é dívida de ninguém (não há risco de contraparte, ao contrário do dinheiro que temos no banco). Ele não pode ser criado com um simples toque na tela e, por isso, tem valor intrínseco. É moeda em qualquer lugar do mundo e sempre foi.
Os Bancos Centrais do mundo inteiro estão comprando, então é hora de comprarmos também. Oscilações de curto-prazo sempre ocorrerão, mas devemos nos ater ao valor real do ativo, não deixando que ninguém nos diga o quanto ele vale, e ter um horizonte de longo prazo.
O ouro já sobe quase 20% em dólar esse ano e achamos que isso seja apenas o começo. Muitos profissionais estimam que a onça (atualmente em US$1.250) chegará a US$10.000. Outros acham que chegará a US$36.000, ou seja, um ganho de quase 30 vezes!!!
Não fazemos previsões aqui, mas acreditamos que, nesse mundo louco em que vivemos, com ações sendo negociadas a múltiplos totalmente esticados, derivativos a ponto de estourar (e levar o mercado financeiro inteiro com eles), vale a pena ter um ativo real que nos dá segurança e funciona como um seguro.
Se nenhuma crise acontecer (cenário pouquíssimo provável), o investimento em ouro nos remunerará com a inflação. Se alguma crise estourar, o investimento em ouro fará toda a diferença. É bom comprar agora, enquanto ainda há disponível. Quando todos o quiserem, não haverá para todos.
Parabéns pela clareza e sobriedade em seu artigo, Marcelo.
Essa visão prática e de bom senso me convenceu e estou certo de que esse é o caminho.
Vamos nos falando meu Amigo.
Abraços.
Marcos Paulo