O mundo parece caminhar novamente para um chamado “Cachinhos Dourados”, onde tudo anda perfeitamente – nem muito quente, nem muito frio.
Infelizmente, essa impressão, assim como a de 2007, é somente isso: uma impressão. Riscos se abundam por todos os lados e crescem a uma velocidade incrível. Acreditamos que basta uma pequena fagulha para que tudo vá pelos ares.
Os riscos do Brexit são reais e vamos saber os resultados em breve. Imagina o que não pode acontecer se o Reino Unido realmente sair da União Europeia. E os milhares de contratos de derivativos em moedas e afins que poderão ser acionados? E como fica o Deutsche Bank, o maior detentor de derivativos do mundo, com quase US$60 trilhões (isso mesmo, trilhões) no seu balanço? E os outros bancos?? E as contrapartes??
Também não ouvimos nada de Grécia há um bom tempo, mas nada mudou. Ano passado tivemos mais do mesmo, quando havia um vencimento de dívida e os gregos não tinham como pagar. Advinha o que vai acontecer esse ano? Mais do mesmo, ou seja, eles tampouco terão dinheiro para pagar, e a dívida só aumentou. O que os europeus fizeram foi emprestar dinheiro para a Grécia pagar os juros do empréstimo que estava vencendo – em outras palavras, aumentaram o problema e o jogaram para mais pra frente. A questão é que o mais pra frente está chegando e vamos ver mais uma batalha (e já quase podemos adivinhar o final).
Os preços das commodities estão disparando, especialmente na China. Lá, a especulação está fora de controle. Vamos dar somente dois exemplos para magnificar o tamanho da encrenca: nesse mês (abril 2016), as médias de negociações dos contratos de minério de ferro e carvão estão com altas de 114 e 1.056 vezes, respectivamente, em comparação a janeiro deste ano!! De onde vem tanto dinheiro? Suspeitamos que sejam dos produtos fora da rede bancária (mas diretamente ligados aos bancos), como os WMP (sigla em inglês que significa Wealth Management Products). O risco de uma queda abrupta nos preços das commodities está muito maior agora do que estava no começo do ano.
E se esse problema se manifestar e tivermos mais uma baixa significativa no petróleo? Bom, dessa vez, além dos usuais suspeitos, serão as empresas americanas e os bancos desse país que sofrerão. O montante de derivativos que as empresas do shale (gás de xisto) têm é incalculável. E os bancos, que emprestaram para essas empresas, se ainda não tiverem desfeito as posições, sofrerão de acordo. Claro, pode ser que assim como em 2007, muitos bancos tenham vendido as posições em derivativos para alguns fundos, ETFs, etc – o grande problema dos derivativos é que não sabemos onde a bomba vai estourar.
Além disso, há também o grande problema da dívida dos EUA e da taxa de juros. Mas vamos falar somente da dívida corporativa desse país. Por causa dos juros tão baixos artificialmente, as empresas foram seduzidas a emitir dívida para recomprar suas ações. Para os executivos e acionistas, essa estratégia foi ótima, já que elevou os preços das ações e assim aumentou os ganhos e bonificações desse grupo. Infelizmente, para as empresas, o final não será feliz. Em vez de investirem em pesquisa, desenvolvimento, modernização, melhorias de produção, etc, as empresas usaram a dívida para recomprar ações. E o que acontecerá quando os juros subirem? O custo da recompra ficará mais caro, os lucros cairão, a competitividade dessas empresas despencará e elas serão obrigadas a vender ações para pagar a dívida: claro, juntamente com todo o público, o que acentuará a queda.
Enumeramos apenas alguns riscos que achamos óbvios e pedimos aos leitores que tenham prudência nos investimentos.
O ouro e a prata estão subindo fortemente nos EUA esse ano e, como vimos alertando, esse bull market nos metais preciosos está apenas começando. É importante ter uma posição em metais preciosos físicos. Eles nos dão a segurança necessária para atravessar a possível e provável tempestade que se aproxima. Estamos sugerindo a todos a compra de metais preciosos físicos há algum tempo e são posições que têm apresentado um lucro muito acima do mercado, com a maior segurança possível.
Ouro físico não é dívida de ninguém, não pode sumir com algum hacker entrando em nossas contas, não pode ser produzido com alguns toques no teclado e, por isso mesmo, tem valor. Sugerimos uma alocação de pelo menos 5% do portfolio total em ouro físico.
Aproveitem para comprar enquanto ainda está disponível…