Após anos de juros zero, Afrouxamento Monetário (QE) e Operação Twist, como já vimos falando desde setembro, o FED deve começar a aumentar as taxas de juros nos EUA em dezembro.

Claro que não gostamos dessa farra monetária, já escrevemos muito sobre isso, mas vale a pena mencionar que essas operações não criam nada de valor, apenas uma breve aparência de recuperação econômica, enquanto fazem os ricos ainda mais ricos, em detrimento da classe mais baixa.

Não conseguimos ver como mais dívida pode ajudar um país a acabar com seu problema de dívida, como mais cerveja vai deixar um bêbado menos alcoolizado ou como mais uma fatia de bolo de chocolate vai emagrecer uma pessoa que deveria fazer dieta. Qualquer pessoa vai dizer que isso não é inteligente. Apesar disso, foi o que fizeram os Ph.Ds dos Bancos Centrais nos últimos 7 anos.

Se a situação estava ruim antes de 2008, imagine agora, com (no caso dos EUA) mais US$10 trilhões em dívida!!!

Uma bolha que começou no final dos anos 90, graças ao “gênio” econômico do Greenspan, que abaixou os juros e injetou liquidez no sistema para evitar um pequeno soluço do mercado, e fez acontecer a grande bolha da internet.

Quando essa estourou (como ocorre com todas as bolhas – elas não desinflam, elas estouram), Greenspan abaixou os juros para 1% e criou uma bolha ainda maior, a do mercado imobiliário. Essa já foi bem maior que a primeira e o sistema quase não aguentou.

Quando o comando do FED passou para Ben Bernanke, esse abaixou os juros para zero e imprimiu mais dinheiro que em todo o passado dos EUA desde a criação do FED, em 1913.

Agora o problema é bem maior. Com essa atitude, Ben Bernanke criou a maior bolha da história, a bolha dos bonds! Nem as tulipas foram tão longe… Em 2008, pouco antes da “grande crise”, a bolha dos bonds era de cerca de US$80 trilhões – hoje ela já passou dos USD100 trilhões.

É importante ressaltar que os bonds são usados como colaterais em contratos de derivativos, que hoje somam mais de $550 trilhões! E ninguém sabe onde esses derivativos podem ir parar (pode ser em um Fundo de Pensão da Noruega, em um Fundo de Investimentos no Japão, aqui no Brasil…).

Dessa vez, não são somente os bancos que estão alavancados. Há também as empresas, os governos e, principalmente, os Bancos Centrais (sim, eles são reais PPPs – Parcerias Público-Privadas). Para se ter uma ideia, quando o Lehman Brothers implodiu, os níveis de alavancagem eram de 30 para 1. A alavancagem do FED hoje é de quase 80 para 1!!!!!! E quem vai socorrer os Bancos Centrais quando a bolha estourar?

Janet Yellen, a atual presidente do FED, se mostrou preocupada com relação ao aumento da taxa de juros nos EUA quando, em 2009, o balanço do FED era de US$1,3 trilhões – hoje ele é de USD 4,5 trilhões!!!

A saída, como dizia o leão-da-montanha, é pela direita!

Estamos à beira de uma crise sem precedentes, um momento raro na história mundial. Como já vimos alertando há anos, essa crise que virá vai fazer com que tenhamos saudades de 2008.

Nossas carteiras esse ano superaram e muito o CDI sem grandes exposições a ativos de risco.

Recomendamos aos nossos clientes que mantenham uma alta exposição a ativos líquidos de instituições sólidas e confiáveis, e uma pequena parcela em ouro físico.

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