Rafael Siqueira
A China, maior consumidora de ouro do planeta, deu mais um passo em busca de maior influência sobre o mercado internacional do metal, ao lançar um Benchmark de Ouro baseado em Renminbi, a moeda chinesa. O Benchmark (referência) é resultado da negociação de contratos de ouro na Shanghai Gold Exchange (SGE), na qual participam 18 membros, incluindo grandes bancos estatais chineses, grandes bancos internacionais, o maior varejista de joias do mundo (por sinal, chinês), e duas das maiores mineradoras de ouro do país.
Essa iniciativa é uma forma de concorrer com o tradicional London Gold Fix, que tem dominado por décadas a precificação do metal, servindo de referência para todo o mundo, sendo, entretanto, alvo de suspeitas de manipulação por parte de seus participantes (grandes bancos) e dos BCs. Aliás, na semana passada, o próprio Deutsche Bank admitiu ter manipulado os preços do ouro (por enquanto só o do ouro), será punido e vai entregar outros bancos que também o fizeram. O Deutsche Bank, responsável por um book de derivativos de cerca de US$70 trilhões (ou praticamente o PIB mundial), admitiu ter manipulado o mercado de ouro para seu próprio lucro – prejudicando, assim, vários de seus clientes. Esse é um dos pontos que gostamos de ressaltar: a importância de se ter o ouro físico, impossível de se manipular e de se fabricar a custo zero.
Esse importante acontecimento para o mercado já pode ter surtido efeito nos preços. Segundo a Reuters, houve uma enorme demanda por prata, também negociada na SGE, que teria puxado a demanda por ouro. Nesse momento, a prata é negociada com 4,5% de alta, e ouro com 1,8% nos mercados internacionais.
Como já divulgamos anteriormente no blog, a China, além de ser a maior importadora do metal amarelo, também é a maior produtora. Importante ressaltar também que ela não exporta nem um grama de sua produção e tem claramente se movimentado para ganhar maior relevância nesse mercado, em busca de uma diversificação de suas reservas e diminuição da dependência de moedas estrangeiras.
Acreditamos que o fator China possa ser um importante catalisador do movimento de correção nos preços do metal e continuamos recomendando aos nossos clientes uma alocação em metais preciosos físicos.