Diario do Comercio

Agência Estado

Medidas do futuro governo Donald Trump e crise política no Brasil devem influenciar o dólar/Marcos Santos/Usp Imagens/Divulgação

 

Se 2016 foi um ano marcado por grandes oscilações e surpresas na cotação do dólar, 2017 promete não ser diferente. Uma série de fatores mais uma vez influenciará na volatilidade da moeda norte-americana em relação ao real, entre os quais estão as medidas de protecionismo a serem adotadas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a instabilidade no cenário político-econômico brasileiro e o comportamento econômico de outras grandes nações como a China.

Para se ter uma ideia, o dólar fechou 2016 em queda de 17,69%, na primeira desvalorização da moeda em relação ao real desde 2010. Esta foi a maior queda anual desde 2009. O dinheiro terminou o último dia de negócios do ano cotado a 3,2497, uma queda de 0,94%.

Vale lembrar que em 2016, o dólar atingiu seu maior valor na história em relação ao real – R$ 4,1655 na venda, no dia 21 de janeiro. Já o menor valor de fechamento foi registrado no dia 25 outubro, quando foi cotado a R$ 3,1065. Já em 2015, o dólar subiu 48%, a maior alta anual em quase 13 anos.

Na avaliação do especialista da L2 Capital Partners, Marcelo López, entre as principais influências nos mercados de câmbio e ações deste ano destacou-se o cenário político, as incertezas em relação ao cenário externo e os preços das commodities no mercado internacional.

Para o próximo exercício, segundo ele, soma-se ainda a vitória de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos e sua promessa de uma política mais protecionista no mercado norte-americano e as incertezas do mercado externo.

“Apesar de analistas de mercado apostarem num dólar forte, na nossa visão o dólar não deve se fortalecer muito mais (Dollar Index), apesar das altas nas taxas de juros”, afirma.
Já na comparação com o real, López ressalta que o fortalecimento do câmbio neste momento tem muito mais a ver com o fluxo da moeda em território brasileiro do que com fundamentos da economia. “As empresas estão com fluxos de caixa melhores, a Petrobras teve o empréstimo da China e entrou dinheiro no País. Tudo isso ajuda a pressionar o dólar”, explica.
Tendência – De toda maneira, o especialista ressalta que no contexto global existem várias incertezas no momento e que, por este motivo, é difícil prever o comportamento do dólar para 2017. Ele arrisca dizer apenas que nos primeiros meses deverá haver uma pequena valorização da moeda norte-americana.

“O câmbio está muito pressionado. Tentar prever o comportamento em um ano é um jogo de perde e ganha e as chances de dar errado são muitas”, justifica

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