Normalmente escrevemos cartas trimestrais, mas vale a pena um update em novembro, por ter sido um mês bem atípico.
O mês começou como todos até então, Bolsas caindo e ouro subindo – até as eleições nos EUA. Após a “surpreendente” vitória de Donald Trump, o dólar disparou, com o Dólar Index fechando o mês com alta 3,2% (5,7% contra o real).
A partir daí, tudo mudou. O Russell 2000 disparou 11%, Dow Jones e S&P também decolaram – especial atenção para as ações da Goldman Sachs, que subiram 23% no mês (melhor mês desde dezembro 2000, no auge da “outra” bolha).
Os bonds de mercados emergentes desmoronaram 4,7%, ouro e prata caíram 8% cada e os Treasury bonds caíram 8%.
Como já havíamos avisado antes, esperávamos uma correção. Por isso mesmo, vendemos boa parte das nossas posições em bonds de mercados emergentes (que recompramos durante o mês) e também vendemos a praticamente toda a nossa exposição em metais preciosos (essa ainda não recompramos, mas estamos monitorando o mercado atentamente).
Achamos que os mercados subiram muito e muito rápido, o que nos leva a crer que pode haver uma boa realização nas próximas semanas. Além disso, existem vários riscos que ainda não estão no radar dos investidores, como o Referendo na Itália depois de amanhã, mais renegociações de dívida da Grécia e as eleições na Áustria, para enumerar algumas.
A mudança de como o mercado passou a olhar Donald Trump foi assustadora. Ele passou de o pior dos piores para o melhor dos melhores. Achamos que a verdade está em algum ponto aí no meio. Mas queremos frisar duas coisas que achamos relevantes:
- O atual presidente dos EUA, Obama, está deixando o governo com uma dívida recorde, de quase US$20 trilhões; muito próxima do teto da dívida federal, de modo que o novo presidente já começará seu mandato com uma boa discussão sobre o aumento desse teto.
- Como Trump é conhecido por ter “quebrado” algumas vezes e por ser bastante alavancado, não vemos ninguém melhor para administrar a situação americana no momento.
Esse post é somente um update, depois retomaremos com assuntos também relevantes para os nossos investimentos, como a guerra ao dinheiro, medidas da Índia e China contra o ouro, etc.