“Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal prenderam Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016. Ele é suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpíco Internacional (COI) para a eleição do Rio como sede da Olimpíada de 2016. Entre os bens ocultados, há valores em espécie e 16 quilos de ouro que estariam em um cofre na Suíça.”
Como mencionamos no título deste post, Nuzman está certo ao investir em ouro. O ativo, que já valorizou mais de 10% em dólar esse ano, continua sendo um dos preferidos para alocação de recursos.
O ouro mantém o poder de compra e é dinheiro em qualquer parte do mundo, seja Brasil, EUA, Suíça, Japão ou Rússia.
Aproveitando um post que fizemos no final do ano passado sobre o ouro (update no mercado de ouro), gostaríamos de especificadamente mencionar que estamos vendo a dívida dos EUA subir assustadoramente – para nós, o material mais abundante da Terra não é o hidrogênio, nem o oxigênio e sim os Treasuries dos EUA. Esses estão aumentando drasticamente, com a dívida dos EUA chegando a US$ 20 trilhões (aliás, esse vai ser um bom ponto para testar o Congresso americano, quando a dívida atingirá seu teto) – e essa é somente a dívida reconhecida. Se incluirmos o Social Security, MedicAid, MediCare, contas fora do balanço, etc., esse número salta para quase US$80 trilhões.
Já imaginou o tanto de Treasuries (e dólares) que deverão ser criados para sustentar tudo isso? Fora o déficit que o novo presidente pretende criar (temos dúvidas quanto a capacidade do presidente eleito de conseguir aprovações de seus projetos no Congresso, mas isso fica para outro post).
Estamos vendo a Rússia, Irã, China e Turquia aumentarem a exposição ao ouro, ao mesmo tempo que a China e Arábia Saudita reduzem a exposição aos Treasuries norte-americanos.
Gostamos do ouro e achamos que ele é o ativo com precificação mais distorcida do mundo nesse momento. As razões para se ter ouro agora são mais fortes do que há 15 anos, quando esse rally começou.
A pergunta que fica é muito simples: o investidor prefere ter um elemento que é considerado dinheiro há mais de 5.000 anos, preservando seu valor de compra, com produção em queda, um número limitado de estoque e sendo negociado a um desconto absurdo com relação ao dólar; ou uma commodity financeira (US Treasuries) que pode ser (e será) criada sem limites e sem valor intrínseco e cujo ativo subjacente (dólar americano) já perdeu cerca de 90% do seu valor desde a criação do FED, em 1913?