Por Marcelo López
Ontem marcou o segundo e último dia da Shanghai Platinum Week (SPW), a segunda maior conferência mundial dedicada aos Metais do Grupo da Platina (PGMs). Ao longo desses dois dias, uma variedade de especialistas renomados de diversas disciplinas associadas aos PGMs compartilhou seus conhecimentos e insights em suas respectivas áreas de atuação.
Economistas, mineradoras, bolsas de valores — tanto do Ocidente quanto do Oriente, com destaque para China e Japão —, analistas, cientistas e, naturalmente, joalheiros (não aqueles de bairro, mas os gigantes, que fazem o design, compram o material e fornecem para os joalheiros locais) dividiram suas experiências com os quase 500 participantes.
Foi, sem dúvida, um aprendizado incrível. Não somente com relação aos novos usos, ao estágio de desenvolvimento de cada um deles, aos desafios na mineração, às intervenções governamentais e vários outros aspectos, mas, sobretudo, pela valiosa oportunidade de estabelecer diversos contatos. O ambiente descontraído permitiu uma troca enriquecedora de ideias e experiências.
Poucos investidores estavam presentes, somente três — dois deles provenientes da África do Sul, como era de se esperar, dado que o país é o maior produtor de PGMs do mundo, e um do Brasil — nós, da L2 Capital. Em meio a 500 participantes, encontrar apenas três investidores é muito interessante e nos remete à maior conferência de energia nuclear do mundo, o Simpósio da World Nuclear Association, em 2019, na qual participamos e também havia apenas três investidores. Em contraste, no ano passado, em Londres, essa conferência contou com a presença de quase 50 investidores, uma mudança drástica nos últimos anos, acompanhada por uma significativa variação no preço do urânio.
O total desinteresse dos investidores no mercado de PGMs nos deixou ainda mais interessados. Tivemos a oportunidade de aprender bastante com as empresas, conhecê-las melhor, discutir estratégias, compreender a dinâmica do setor e conversar com diversos traders – incluindo quatro chineses, dois russos e um suíço.
Agora, com o desinteresse no setor, as empresas dispõem de todo o tempo do mundo para nós. Tivemos diversas reuniões de três horas, algo que seria praticamente impossível num setor em voga.
Hoje visitaremos algumas produtoras de hidrogênio e falarei sobre isso em maior profundidade.