Trump: o futuro dos carros elétricos e dos PGMs

Por Marcelo López

Há pouco, o presidente Trump, em seu discurso durante a Convenção Republicana, afirmou com todas as letras que, caso seja eleito, abolirá a obrigatoriedade de veículos elétricos (VEs) já no primeiro dia de seu mandato (link: https://www.youtube.com/watch?v=qc5NgBZXdtI).

Atualmente, os EUA ocupam a posição de segundo maior mercado automobilístico do mundo, com aproximadamente 15 milhões de veículos vendidos no ano passado. Abaixo, apresentamos as projeções do mercado no que tange à produção de veículos na América do Norte, na Europa, no Japão e no agregado global.

Fonte: SAF-Oxford

Observem que as expectativas ajustadas indicam uma queda acentuada na produção e venda de veículos, resultando em uma redução significativa no consumo de metais do grupo da platina (PGMs), conforme ilustrado no gráfico abaixo. No entanto, o declínio projetado não está se concretizando.

O gráfico abaixo ilustra uma expectativa de redução no consumo de paládio superior a 1 milhão de onças em 2024. Contudo, como podemos notar pelo preço atual do metal, isso não está ocorrendo. Em outras palavras, as expectativas dos analistas especializados sobre o crescimento dos veículos elétricos em substituição aos veículos à combustão não está se materializando.

Fonte: SAF-Oxford

A situação se tornará ainda mais complexa se o segundo maior mercado do mundo retirar os incentivos para a compra de VEs e cancelar a obrigatoriedade de sua utilização. A maioria dos consumidores ainda tem predileção por veículos à combustão devido à sua maior autonomia, ao preço mais acessível, à infraestrutura estabelecida, ao menor custo dos seguros e afins. Enquanto esses desafios não forem superados pelos VEs, a preferência dos consumidores continuará ditando o rumo desse mercado.

Mais veículos à combustão e híbridos nas ruas resultam em maior uso dos PGMs. Nossa tese de investimento é, em essência, muito simples, como sempre: a demanda está aumentando, a oferta está sendo reduzida, o preço médio dos PGMs está abaixo do custo de produção, não existem substitutos e o preço está muito errado.

Assim como ocorreu com o urânio há alguns anos, acreditamos que a tese de investimento é assimétrica e oferece um potencial de alta significativo para aqueles que identificarem os melhores ativos dentro desse setor.

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