Há muito tempo vimos advertindo as pessoas quanto a insanidade (e, quase corrupção) nos programas de recompra de ações, conhecidos como buybacks. No nosso post do dia 19 de outubro de 2015 (https://l2capital.com.br/pt/morgan-stanley-ibm-e-o-fed/), já anunciávamos o que aconteceria com várias empresas assim que o FED subisse os juros: as empresas estavam apresentando lucros maiores simplesmente porque estavam emitindo dívida (e muita!!!) barata para recomprar suas ações. Assim, com menos ações disponíveis, o lucro por ação (LPA) das empresas subia – mas não porque elas estavam tornando-se mais lucrativas e sim porque estavam usando o truque mais velho da história para aumentar seu lucro!
Isso não poderia acabar bem! E foi o que aconteceu com a Hess (e o que vai acontecer com muitas outras). Em vez de aproveitar o período e investir em P&D, novos negócios, internacionalização, novos processos, etc, a empresa se viu “forçada” a recomprar ações desde 2013. No processo, sua dívida aumentou substancialmente!
No começo, foi uma alegria: suas ações, até então na casa dos US$60, dispararam até quase US$100. Hoje estão abaixo de US$40 e aconteceu o que prevíamos: a empresa se viu forçada a vender ações a US$39 para manter a liquidez e não quebrar!!! Isso sim é destruição de valor: após comprar ações a um preço médio de US$83, a empresa as vendeu, menos de dois anos depois, a US$39!!!
Alguns poucos conseguiram surfar nessa subida de preços e vender as ações acima do preço original. A grande maioria não! Os buybacks acontecem, na sua maioria, no topo do mercado. Eles conseguem manter os preços das ações altas por um tempo, mas eventualmente a realidade chega – e ela não é agradável!
A maior parte das nossas posições vendidas a descoberto nos EUA estão em ações de empresas que fizeram recompras. Não surfamos a onda para cima, pelos riscos envolvidos, mas estamos participando do movimento de descida, com lucros astronômicos. Nossas carteiras apresentam alta de quase 10% até o começo de fevereiro.
Continuamos recomendando aos nossos investidores cautela nessa hora, muita liquidez e pequena alocação em metais preciosos físicos.