Estamos acompanhando as notícias dos mercados, especialmente as da Rússia. Com a grande desvalorização do Rublo, apesar do aumento da taxa de juros naquele país, vemos a chance de uma grande crise fora do espectro se aproximar.
A crise é causada pelo fortalecimento do dólar, especialmente frente a moedas de mercados emergentes, exportadores de commodities. A Rússia, cuja economia é altamente dependente do petróleo e gás, viu, com a queda de cerca de 40% na commodity nos últimos dois meses, a consolidação de uma crise.
A queda do petróleo, a nosso ver, é a primeira fatalidade decorrente do fim do QE, programa de compra de títulos patrocinado pelo FED. Mais virão, com certeza. Não acreditamos que as economias tenham piorado drasticamente em
apenas dois meses e a única coincidência para a queda na commodity foi o final do QE. Vimos dizendo que existe uma bolha mundial em bonds, ações, commodities, etc., causada pela impressão desenfreada de dinheiro no mundo. Não é um
movimento de ascensão das economias que causou um aumento de preços nos ativos, e sim os programas de QEs.
A situação na Rússia pode servir com uma boa desculpa para o início do QE4 e o comunicado do FED deve ser divulgado hoje, o qual o mercado espera que seja mais hawkish. Pode ser, mas vemos como praticamente certo mais um round de QE no médio-prazo.
Continuamos recomendando o ouro para o longo-prazo, como o melhor hedge contra a insanidade dos Bancos Centrais.